O Brasil vendeu mais que comprou e fechou suas contas externas no azul em outubro. O saldo foi de US$ 1,5 bilhão. É o terceiro mês seguido com saldo positivo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central.
O resultado das contas externas é a diferença entre todas as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, incluindo turismo, exportação e importação.
Os números contribuíram para diminuir em 82% o déficit no acumulado do ano, se comparado com 2019.
De janeiro a outubro as transações correntes tiveram déficit de mais de US$ 7,5 bilhões, contra um saldo negativo de mais de US$ 42 bilhões no ano passado.
Economista e professor da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli explica a importância do resultado.
Com a crise mundial em decorrência da pandemia da Covid-19, as exportações recuaram de janeiro a outubro, - 7,8%. Mas o Brasil também importou menos: uma queda de 15% nesse período. Com isso, a balança comercial, que soma exportação menos importação, fechou os 10 primeiros meses do ano com superávit de US$ 41 bilhões, maior que em 2019, quando o superávit foi de US$ 32 bilhões.
Para o economista, além da balança comercial, a desvalorização do Real frente ao Dólar também ajudou a tornar essa conta positiva. Porém, Roberto Piscitelli alerta que os dois fatores causam impacto no dia-a-dia do brasileiro.
O levantamento do Banco Central apontou ainda que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil caíram 46% neste ano em comparação com os 10 primeiros meses de 2019, chegando a mais de US$ 31 bilhões de dólares até outubro deste ano.